terça-feira, 7 de agosto de 2012

Compartilhando minhocas: Teoria do caos X relações afetivas – para pensar!





Há muito tempo a escolha de mim mesma como melhor companhia, me afastou de pessoas amigas com as quais eu travava calorosos debates. Ontem, decidida a sair do meu casulo, encontrei um grande amigo psicanalista e os antigos papos retornaram. Pensava eu que não mais seria capaz de tal feito.
Como base de nossa conversa, estava a “teoria dos caos” e sua influência em diversos aspectos da condição humana. Cheia de indagações, voltei para casa. Ora, a boa conversa é justamente a que deixa “minhocas” e “dúvidas” a serem dissipadas.
Não sou estudiosa do assunto, mas também, não me sinto incapaz de esboçar, nem que seja, um rasante pensamento acerca do mesmo.
Então vamos lá, se o papel principal da teoria do caos é explicar o movimento e funcionamento de sistemas complexos, ela é a mais importante para os tempos atuais. Dada a complexidades dos fluxos dinâmicos que compõem diversos aspectos do mundo contemporâneo. Dentre eles, trataremos aqui, de forma “abusada” das relações afetivas.
Pois, se dentro da complexidade dos sistemas há algo incapaz de ser previsível, em consequência de sua aleatoriedade, isso pode acontecer na vida sentimental também. Já que a interação com o outro se dá através de movimentos complexos e contrários, tais como: construção e desconstrução; perda e encontro, ser e não ser; ganhar e perder; ceder e não ceder... aqui poderia elencar uma infindável combinação de contrários que se cruzam.
Nas relações afetivas, assim como na física, na química, na matemática, sistemas complexos que se valem da teoria do caos, os contrários se entrecruzam de forma contingente. È isso mesmo? Caso não fosse dessa forma, não haveria a liberdade de viver com o outro? Seria um joguete de cartas marcadas? É bem verdade que o entrecruzamento ou interação dos elementos contrários pode resultar em situações quase que imperceptíveis, mas elas estão lá.
Entendamos da seguinte forma: nas relações afetivas, assim como na teoria do caos, há uma instabilidade e uma não-linearidade; Ou seja, as coisas não são, elas estão sendo... estão em movimento constante. Mas também não entendamos tal movimento como cíclico. Se tal idéia se bastasse com ciclos, de nada valeria, aqui, a teria do caos. Não há linearidade, nem ciclos. Há caos. Não há desordem, há um não ordenamento. O que significa que ainda não há a ordem. Mas também, não indicamos que, necessariamente, esta deva ou não existir. Complicado? Não. Apenas encontro dos contrários, opostos... vale para dizer que as relações afetivas, quando vividas livremente, não compactuam com o determinismo? Seriam herdeiras do acaso?
Como na teoria do caos, se as relações afetivas, não sofressem interferências de fatores externos, tais como erros, não seriam elas , de fato, herdeiras do acaso? Ou do determinismo?
A grande tentativa hoje é provar que há uma previsibilidade nos sistemas e que tudo pode ser comprovado por fórmulas e equações. O que se aplicaria as relações entre os humanos. A diferença entre tal idéia e a concepção de ciência implantada pelo positivismo, é de que, apesar de tudo, não há determinismo!!!!
Não há acaso. Há, de fato, um fenômeno passível de ser explicado que move os “sistemas”. Quem sabe depois trataremos do “efeito borboleta”?

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