segunda-feira, 4 de junho de 2012

GLBTS - Definições: Travesti e Transexual

TRAVESTI E TRANSEXUAL (cont.) GÊNERO E DIVERSIDADE

por Mary Anne Frazão, sábado, 24 de Setembro de 2011 às 14:51 ·
TRAVESTI -  As travestis constroem sua identidade admitindo performances que transitam entre os gêneros (feminino e masculino), assumindo características de cada qual conforme sua conveniência. Seu corpo é moldado com formas femininas (que constroem através do uso de hormônios femininos, de técnicas cirúrgicas e da vestimenta). Não conflitam com suas características andrógenas e não almejam redesignação sexual, isto é, a travesti convive com seu órgão genital, sem grandes dilemas, entendendo-o como parte de sua construção subjetiva.

TRANSEXUAL - é a pessoa que possui identidade de gênero oposta ao sexo biológico com que nasceu. Uma pessoas transexual possui genitália de determinado sexo (masculino ou feminino), porém, a constituição de sua subjetividade, isto é, a forma como a pessoa se entende no mundo, é oposta às determinaçõe sócio-culturais impostas aos papéis e funções exerdidos por homens ( no caso das transexuais femininas) e mulheres (mos casos das transexuais masculinas). Isso quer dizer que pessoas que nascem com um pênis não atendem às expectativas sociais dela esperadas, como se portar de acordo com o que se entende por "homem", pois essa pessoa se entende como mulher e quer se construir como tal exigindo, portanto, o reconhecimento de sus identidade de gênero autoatribuída, isto é, como "homem" ou como "mulher", de acordo com a individualidade de cada um(a).

Extraído do Curso Gênero e Diversidade - UFPA 2009/2010

GLBTS - Definições: Lésbica, Gay e Bissexual

LÉSBICA, GAY e BISSEXUAl [definições]

por Mary Anne Frazão, quinta, 22 de Setembro de 2011 às 15:25 ·
LÉSBICA - É o termo utilizado para designar a homoafetividade feminina. Ou seja, é a palavra que expressa a dimensão afetiva do comportamento de mulheres que constituem seu desejo(e seu amor) por outras mullheres.A palavra Lésbica tem origem no nome "Lesbos", uma ilha da Grécia, em que havia uma escola exclusivamente para mulheres, onde aprendiam a arte da música e da poesia, artes ensinadas a elas pela poetisa Safo, cuja inspiraçãoera movida pela paixão e desejo pelas mulheres[NAVARRO-SWAIN,2004].

GAY - da mesma forma que no aso do termo lésbica, gay é utilizadopara designar a homoafetividade masculina, isto é, a constituição subjativa do desejo e do amor de homens por outros homens e também  de mulheres por outras mulheres.

BISSEXUAL - termo utilizado para expressar a constituição do desejo de pessoas que se representam a possibilidade de se relacionar afetiva e sexualmente com pessoas de ambos os sexos.

{extráido do curso Gênero e Diversidade - UFPA -2009/2010}

Razão, Desesjo e Vontade (da Razão)

SOBRE RAZÃO, DESEJO E VONTADE (alguns fragmentos-para leigos)

por Mary Anne Frazão, terça, 27 de Setembro de 2011 às 17:46 ·

Dentro da tradição filosófica existe uma corrente que podemos classificar  de “racionalismo ético”. Na qual a razão humana é o centro da vida ética. Dentro do racionalismo ético, podemos ainda, encontrar duas corrente que formam e constituem a tradição racionalista: a corrente racionalista ( na qual a razão está identificada com a inteligência , ou com o intelecto, como queiram chama; a outra chamaremos corrente voluntarista, na qual a razão não se identifica com o intelecto, mas com a vontade. Então, existe a corrente racionalista na qual o intelecto comanda nossas ações e corrente voluntarista, na qual somos “comandados” pelos desejos.

Segundo a concepção intelectualista só fazemos o mal por ignorância. A falta de conhecimento do que seja bem ou mal, nos conduzem a prática dos mesmos e, consequentemente, agimos contrários às convenções sociais, morais e éticas da sociedade / cultura na qual  estamos inseridos.

Segundo a concepção voluntarista, o agir ético/ vida ética ou moral depende necessariamente da vontade. É a vontade que direciona o nosso agir e ela pode querer ou não querer o que a inteligência/intelecto ordena. Se a vontade for boa, seremos virtuosos, se for má, seremos seres “desviantes”  (usando Focault). A vida ética depende de nossa vontade e da qualidade desta, aliada à disciplina para força-la rumo ao bem. Entendo que cada sociedade estabelece culturalmente o que é o bem, o que é moral e o que é ético.

Somos seres cheios de apetites, impulsos e desejos cegos, desenfreados e desmedidos, o somos por natureza. Cabe à razão ( seja na corrente intelectualista ou voluntarista) estabelecer limites e controles para as paixões e desejos desenfreados.
A ética apresenta-se como ação da inteligência para colocar limites em todos os nossos desejos e vontades que não se conformam com os códigos sociais vigentes na nossa cultura. Ela impede que sejamos egoístas, mentirosos, hipócritas, invejosos, desejosos do que é alheio, assassinos, impede algumas de nossas paixões que impedem relações decentes e dignas com nossos semelhantes.

O racionalismo ético define a tarefa da educação moral e da conduta tida como “reta”. Ela age sobre a razão para que sejamos capazes de dominar as paixões, tais quais as: inveja, amor, ódio, ambição, orgulho, medo. Posto que uma paixão nos coloca diante de coisas e pessoas que desejamos possuir ou destruir.

Amanhã continuo e posto sobre: Paixões e Desejos (segundo a ética)

Diário de um Sedutor

DIÁRIO DE UM SEDUTOR - KIERKEGAARD

por Mary Anne Frazão, quinta, 6 de Outubro de 2011 às 11:31 ·
Minha Cordélia!
O que é o desejo? A língua e os poetas fazem rimar desejo e prisão*. Que absurdo! Como se aquele que está na prisão pudesse arder em desejo! Se eu fosse livre, como arderia! E, por outro lado, sou livre como um pássaro e, acredita-me, ardo em desejo - sinto-o ao ir para tua casa e quando te deixo, e, ainda quando estou sentado a teu lado, ardo em desejo por ti. Mas poder-se-á então desejar aquilo que se possui? Sim, quando pensamos que, no instante seguinte, o não possímos já. O meu desejo é uma impaciência eterna. Se eu tivesse vivido todas as eternidades e ganho a certeza de que me pertences em todos os seus instantes, só então estaria junto de ti e viveria contigo todas as eternidades - certamenta não teria paciência bastante para estar um só momento separado de ti sem arde em desejo, mas possuiria a confiança suficiente para me manter calmo ao teu lado.
                                                                                                                                 Teu Joahannes

* as duas palavras rimam, realmente, em dinamarquês.

In: Diário de um sedutor.

Das Paixões

DAS PAIXÕES

por Mary Anne Frazão, sexta, 28 de Outubro de 2011 às 11:14 ·
"As transformações universalmente conhecidas dos comportamentos eróticos dos jovens indicam a decomposição do indivíduo, que não mais há força necessária para a paixão - força do eu - e muito menos precisa dela porque a organização social que a integra encarrega-se de afastar as resistências manifestas que antigamente inflamavam as paixões e porque transfere o controle para o indivíduo, que deve adaptar-se a qualquer preço".



In.Dialética negativa.Adorno

POEMA sobre a MORTE/ Manuel Bandeira

POEMA SOBRE A MORTE/MANUEL BANDEIRA

por Mary Anne Frazão, quarta, 2 de Novembro de 2011 às 14:27 ·
O HOMEM E A MORTE

O homem já estava deitado

Dentro da noite sem cor.

Ia adormecendo, e nisto

À porta um golpe soou.

Não era pancada forte.

Contudo, ele se assustou,

Pois nela uma qualquer coisa

De pressago adivinhou.

Levantou-se e junto à porta

- Quem bate? Ele perguntou.

- Sou eu, alguém lhe responde.

- Eu quem? Torna. – A Morte sou.

Um vulto que bem sabia

Pela mente lhe passou:

Esqueleto armado de foice

Que a mãe lhe um dia levou.

Guardou-se de abrir a porta,

Antes ao leito voltou,

E nele os membros gelados

Cobriu, hirto de pavor.

Mas a porta, manso, manso,

Se foi abrindo e deixou

Ver – uma mulher ou anjo?

Figura toda banhada

De suave luz interior.

A luz de quem nesta vida

Tudo viu, tudo perdoou.

Olhar inefável como

De quem ao peito o criou.

Sorriso igual ao da amada

Que amara com mais amor.

- Tu és a Morte? Pergunta.

E o Anjo torna: - A Morte sou!

Venho trazer-te descanso

Do viver que te humilhou.

-Imaginava-te feia,

Pensava em ti com terror...

És mesmo a Morte? Ele insiste.

- Sim, torna o Anjo, a Morte sou,

Mestra que jamais engana,

A tua amiga melhor.

E o Anjo foi-se aproximando,

A fronte do homem tocou,

Com infinita doçura

As magras mãos lhe cerrou...

Era o carinho inefável

De quem ao peito o criou.

Era a doçura da amada

Que amara com mais amor.

Sobre as relações possessivas

SOBRE AS RELAÇÕES POSSESSIVAS

por Mary Anne Frazão, quinta, 3 de Novembro de 2011 às 20:43 ·
(...) o sentimento de ciúme tende, em algumas pessoas, a se tornar possessão, que é fruto de uma profunda insegurança e insatisfação, um “complexo de traição” que termina por minar as relações, mesmo as que não são amorosas, pois a pessoa passa a acreditar que pode e deve proteger as pessoas e que se não fizer isso vai perdê-las, o que é um tiro-no-pé, pois é exatamente isso que acontece, ninguém gosta de ser vigiado e de ter sua vida controlada por outra pessoa, a menos que esteja vivendo uma fantasia sado-masoquista.

Possessão é algo que corrói o espírito de uma relação, mesmo de amizade, que é baseada em confiança e sinceridade, se você não pode confiar no seu relacionamento de amizade, então esqueça isso que você chama de relação amiga, pois nem chega perto de ser uma. Ninguém possui nada e nem ninguém. Se você é incapaz de entender isso está na hora de procurar uma nova maneira de ver o mundo e a vida – até com a ajuda de um bom psicanalista.
Porém se você vive com uma pessoa possessiva e ciumenta, mude de ares, saia debaixo dessa mão que sufoca, pois você tinha vida antes de conhecerem-se então deve continuar a tê-la mesmo enquanto são amigos. É errado abandonar as outras pessoas ou deixar que alguém controle o que você respira, com quem fala e o que faz. A vida pertence a cada um, não ao outro, sem vida própria não existe relação alguma, só dor e sofrimentos(...)

           por Mary Anne Frazão
 

Depressão

DEPRESSÃO

por Mary Anne Frazão, terça, 8 de Novembro de 2011 às 10:18 ·

A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa auto-estima, que aparecem com freqüência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
Sintomas:

• humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia;
• desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;
• diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis;
• desinteresse, falta de motivação e apatia;
• falta de vontade e indecisão;
• sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;
• pessimismo, idéias freqüentes e desproporcionais de culpa, baixa auto-estima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte. A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio;
• interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e seu mundo;
• dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
• diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido;
• perda ou aumento do apetite e do peso;
• insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono

Leiam a continuação:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/76depressao.html

Desabafo

Sei muito bem que as grandes amizades nascem quando perecebemos que o outro é muito diferente de nós e que tbm tem limites, defeitos e neuras. Mas tbm sei que, não escolhemos as pessoas que se aproximam de nós, mas podemos escolher se queremos ou não elas por perto. Tenho milhões de defeitos e neuras; os primeiros procuro a cada dia corrigí-los e os segundo trato com ajuda profissional.
Já vivi muita coisa na vida, parte da minha adolescência e juventude foram dedicadas à militância política e social e outra parte ao voluntariado. por isso, hj me concedo o direito de selecionar amigos que quero por perto e aproveito o momento para uma "lavagem".
Bjs e muito grata aos amigos de coração e o meu pesar àqueles que querem tirar o cisco que tem no olho do outro e não enxergam a trave que tem nos seus.

A Amizade: nota para leigos

A Amizade

por Mary Anne Frazão, quinta, 29 de Março de 2012 às 03:12 ·
PARA LEIGOS:
A AMIZADE:
para amigos de Mary Annne
Com base em a Ética a Nicômaco-Aristóteles

Na vida existe uma virtude que, segundo Aristóteles, é essencial a existência. O homem pode ser possuidor de diversos bens materiais e de poder, mas a amizade, mesmo assim é importante. Mesmo que a amizade e a justiça possuam os mesmos fins, a primeira é superior à segunda, já que a segunda pode ser utilizada para solucionar conflitos ou contendas entre os que não conhecemos; o mesmo não acontece com a amizade. Na relação entre amigos a justiça não se faz necessária, pois ela já  é parte intrínseca da relação entre amigos.
A amizade pode se apresentar de várias formas entre as pessoas, dependendo de suas idades cronológicas, Entre jovens, pode servir para evitar erros e entre pessoas mais adultas, ela pode servir de suporte para suas necessidades. Já que, duas pessoas adultas que caminham juntas e do mesmo modo, pensam juntas, podem com maior facilidade resolverem seus conflitos pela ajuda mútua conferida através da experiência. Deste modo, Aristóteles afirma:
                   “A amizade não é apenas necessária, mas também nobre, pois louvamos os homens que amam e os seus e considera-se que uma das coisas mais nobres é ter muitos amigos. No mais pensamos que a bondade e a amizade encontram-se na mesma pessoa”.
Querer-se bem é condição necessária para construção de uma amizade. É fundamental que as duas pessoas se conheçam e desejem entre si o bem. Além do mais, outros fatores somam para que se estabeleça a amizade como relação forte e verdadeira entre duas pessoas: ser agradável, ter bom caráter e ser útil. Não que se faça desse relacionamento uma utilidade de caráter prático. Mas os amigos se ajudam quando preciso.
Com isso podemos perceber que Aristóteles apresenta objetos de amor na amizade, que são diferentes entre si. A dizer: o objeto que deve ser agradável; o que deve ser bom e o que deve ser útil.
Dos três objetos de amor nascem três tipos de amizade. Podemos inclusive, se quisermos estabelecer uma hierarquia entre eles. Se bem que isso não fica muito claro no texto “Ética a Nicômaco”. No mais alto grau, encontra-se aquela que é movida pelo bem, já que tende a durar muito. A motivada pela agradabilidade está mais ligada aos jovens e a ligada aos mais velhos está a de utilidade. Já na maior idade a tendência é buscar o útil. As pessoas que vivem segundo esse tipo de amizade, buscam o seu próprio bem no amigo ou, há o interesse de que lhes proporcionem alguma outra coisa que lhes seja útil. Desse modo, o amigo é tido como um meio de para se alcançar algo. E a amizade não é tida como um bem em si.
O amigo de verdade quer as coisas boas para a pessoa que ele ama. O amigo que surge por acidente as quer para si.
Aristóteles diz que: “ o requisito essencial para a amizade é a consciência de que só é possível que ela exista se as duas pessoas que são amigas a agradabilidade e o gosto estiverem presentes como sentimentos comuns para elas que estão envolvidas na relação de philia . Tal sentimento não pode tardar, caso contrário, a amizade é esquecida.
A reciprocidade de caráter e o bem entre os que são bons e iguais na virtude e´, consequente, que a tendência a perenidade na amizade seja um dado certo , é  necessário. Há nesse sentido, com o tempo, intimidade e invulnerabilidade à mentira.
É possível tornar a amizade entre os desiguais algo real?
Para Aristóteles existem aquelas amizades às quais ele chama de “acidentais” ou “acidentes”. Nesse tipo de amizade estão presentes dois sentimentos para uma das partes: o de agradabilidade e o de utilidade. Quando tais sentimentos não são atingidos para uma das partes, a amizade tende a cessar, já que ela era tida como uma ponte que serviria como um meio para se alcançar um determinado fim. Com isso a fragmentação de tal sentimento é algo inevitável.
Ser amado é algo muito bom para qualquer ser quando ela é um sentimenro em si mesmo e, sobretudo, bom em si mesmo. É muito melhor do que receber elogios, honras e pompas. Assim, podemos entender que a amizade é um sentimento que vale a pena ser desejado por e per si mesmo. O fato da amizade ser um desejo por si mesmo é o que possibilita que  as pessoas que não são iguais (aqui a igualdade não consiste em sexos diferentes ou iguais, consiste em diferença subjetivas mesmo, independente de qualquer coisa). Neste sentido, mesmo sendo as pessoas desiguais, quer seja por raça, cor ou sexo ou mesmo, opção sexual, social ou política, entendendo o verdadeiro sentido de amizade da qual Aristóteles fala, é possível que os desiguais se amem como amigos e com isso estabeleçam a igualdade entre eles. No entanto, como a filosofia tende a deixar dúvidas e questionamentos nas mentes dos leitores, tal forma de amizade, mesmo que boa entre os desiguais, visa sempre à utilidade. Em suma, Aristóteles afirma que:
                   Podemos dizer que amar assemelha-se à atividade, e ser amado à passividade: amar e ter várias formas de sentimentos amistosos são atributos dos homens mais ativos”.

OPS: preguiça braba para revisão. Perdão pelos erros grosseiros que já identifiquei em uma leitura scaner. Identifiquemos as contradições e estabeleçamos o debate.

Quinta: 28/03/2012 às 02h58min