sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Fênix

“ A maior parte dos seres nasce de outros indivíduos, mas há uma certa espécie que se reproduz sozinha. Os assírios chamam-na Fênix. Não vive de frutos ou flores mas de incenso e raízes odoríferas. Depois de ter vivido quinhentos anos, faz um ninho nos ramos de um carvalho ou no alto de uma palmeira. Nele ajunta cinamomo, nardo e mirra, e com essas essências constrói uma pira sobre a qual se coloca, e morre, exalando o último suspiro entre os aromas. Do corpo da ave surge uma jovem fênix, destinada a viver tanto quanto a sua antecessora...”
Boa tarde!

De todas as respostas

A noite...fragmento do tempo e do desespero daqueles que buscam sonhar o sonho que lhes foi roubado.
Reenconte-te vida!
te adormeço nas nites escuras e dessesperadoras de ter-te junto a mim.
te reconheço e te ignoro nas poesias que me ofertas...sem que eu saiba que elas tem sentidos.
sei que me vigias no siiêncio da tua vergonha... te perdôo, tbm faço isso.
Não mais falo de nós...falo de "falos" que nos falam daquilo que nos unem nas madrugadas a fio...dos sonhos, verdades e mentiras contadas para que o nosso sono chegue.
boa noite...amanheceu !

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Direito ao palavrão II - ("VAI TOMAR NO CÚ" E "FODEU") Luís Fernando Veríssimo)

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cú!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cú!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda- se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!.
Grosseiro, mas profundo... Pois se a língua é viva, inculta, bela e mal-criada, nem o Prof. Pasquale explicaria melhor. "Nem fodendo..." 

O direitoao palavrão.Luis Fernando Veríssimo.

Direito ao palavrão _Luís Fernando Veríssimo (PRÀ CARALHO, PORRA NENHUMA E PQP)

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos.
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas Pra caralho, o Sol é quente Pra caralho, o universo é antigo Pra caralho, eu gosto de cerveja Pra caralho, entende?
No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não" o substituem. "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". 
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma! . O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepne", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o- pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o- pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

ELA É TARJA PRETA, TEM QUE TER RECEITA, É FAIXA PRETA. (ARNALDO ANTUNES)

http://arnaldoantunes.com.br/disco3/

Metáfora do Castelo

Li a metáfora do Castelo e achei muito interessante, partilho uma parte com vocês.
"Imagine que dentro de você existe um castelo com corredores intermináveis e milhares de aposentos. Cada cômodo é perfeito e tem um dom especial. cada aposento representa aspectos diferentes de sua existência e sua personalidade. Explore cada espaço sem medo, sem críticas e sem vergonha.Você vai ver que há muita coisa linda e maravilhosamente iluminada dentro do seu castelo. Aí você se sentirá maravilhado. Só que um certo dia, alguém chegou e disse que um dos aposentos de seu castelo era imperfeito e colocou muitos defeitos e você resolveu fechar a porta desse aposento...e muitas outras pessoas foram entrando em seu castelo e você ia fechando as portas conforme "orientações" que elas lhes davam. Até que um belo dia você se dá conta de que está morando em um cubículo com dois compartimentos e se sente preso e sufocado com pouco espaço. Você fechou todas as portas que não se encaixavam no ideal e padrões que lhes eram "exigidos externamente através dos outros". O excesso de palpite fez com que você tomasse a atitude de fechar quase todos os cômodos. E isso fez com que você se sentisse segura com pouco espaço,por incrível que pareça. O descontentamento que se deu com o passar dos tempos, lhe levou desesperadamente a procurar a chave dos cômodos fechados do castelo. O descontentamento com nós mesmos e a insatisfação com nossas mazelas nos fazem ir em busca da chave para que encontremos a nossa individualidade e aquilo que é nosso e que permanecerá e o que precisa ser mudado.
Cada um de nós possui um castelo interior que é o nosso espaço sagrado. Se estivermos prontos é de fácil acesso para o vermos em sua totalidade. Eles possuem vários cômodos e muitos de nós tem medo do que vai encontrar por trás das portas dos quartos. Em vez de partimos confiantes e maravilhados pela aventura que vamos enfrentar ao encontrarmos o nosso "eu" escondido nos cômodos, preferimos ficar negando a existência do castelo e que os quartos não existem. Para que, de fato você seja uma pessoa realizada, é preciso perder o medo e abrir porta por porta de cada cômodo e observar o que tem dentro, encontrar-se consigo mesmo. Explore os ambientes do castelo como quem explora o eu interior e recupere tudo o que antes havia rejeitado ao não querer abrir as portas dos aposentos. Assim você gozará de integralidade de sua existência e sua vida será singular..."
Descobri o meu potencial para agir da mesma forma que as pessoas a quem mais asperamente censurava. Ficou muito evidente que eu precisa estar atenta as características dos outros que mais me aborreciam. Comecei a reconhecer como aposentos que eu havia trancado no meu castelo.
Salve, salve a diversidade!

sábado, 26 de janeiro de 2013

Ùltima postagem do meu sobrinho, um dia antes da partida


Dia 21 no meu último set vou tocar essa

*dia 22 ele foi brutalmente assassinado em um assalto

O Abecedário de Gilles Deleuze - Parte 3(Final): De M a Z / L'abécédaire...

Abecedário de Gilles Deleuze - Parte 2 (G-L)

Abecedário de Gilles Deleuze - Parte 1 (A -F)

Sexo no Egito Antigo - [4 de 4] - Erotismo na Antiguidade

Sexo no Egito Antigo - [3 de 4] - Erotismo na Antiguidade

Sexo no Egito Antigo - [2 de 4] - Erotismo na Antiguidade

Sexo no Egito Antigo - [1 de 4] - Erotismo na Antiguidade

Clementina de Jesus - Fui pedir às Almas Santas

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Gostar tímido

Gosto do cheiro da timidez
do olhar envergonhado
das mãos trêmulas
e da voz embargada

Gosto dos olhos ardendo
do olhar perdido no tempo
do senso dos sem sentidos
do espaço vazio do pisar

Gosto das formas atiçadas
dos músculos enrijecidos e  fartos
dos espaços percorridos
e do sentimento contrito

Gosto do cheiro do mato
do gosto do peixe
do beijo de manga
da isca no anzol

Gosto do sorriso maroto
do jeito sonso
do abraço no peito
definitivamente, gosto do gosto de mato

Para reflexão



Sugiro a leitura da Alegoria da Caverna - Platão


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

http://www.youtube.com/watch?v=hnftm47m7Ko

Religião X Religiosidade





A religião, a religiosidade e a espiritualidade são formas de não deixar a vida se apequenar. È verdade que muitas pessoas dizem que não possuem religião, mas que tem religiosidade; colocação coerente, quando verdadeira. A religião, em minha opinião, requer uma ordem, um grupo, com ritualísticas, que concordam com caminhos comuns traçados para se ligarem ao que, para elas é sobrenatural; já os que possuem uma religiosidade, não precisam, necessariamente, estarem em uma ordem comum, ou, organização; elas procuram, por si, uma conexão com que entendem e acreditam ser da ordem não natural; vivem compartilhando o bem com seus pares e amando sem interesse de retorno, etc. Com isso sacralizam suas existências e a elas dão sentidos. Em suma, não estão organizadas em instituições, criam seus próprios ritos de conexão com o que é belo e “superior”.
Desde os primórdios das narrativas históricas, até onde os estudiosos conseguiram chegar, a primeira forma de conexão entre o natural e algo que vai além da matéria, se dava dentro da ideia da religiosidade, não se falava de religião no sentido que hoje conhecemos. As pessoas se conectavam com o cosmos, integrando-se em átomos que geravam energia e mantinham a ordem natural.
No entanto, existem algumas perguntas que tais ordens ou grupos tentam responder e que ecoam desde que o homem se concebe como ser dotado de razão: quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Por que estou aqui? , e por aí vai... São tais questões estridentes que precisam de respostas para que a vida não se apequene. As respostas hoje, ou desde muito, procuram ser respondidas pela ciência, religião, arte e filosofia. Então, procure uma dessas vias e não subtraia a sua existência, o tempo de encontro com as resposta urge! Agradeça, de qualquer forma, a dádiva da vida que lhe foi conferida, mesmo que seja ela repleta de sinuosidades.
M.a