segunda-feira, 4 de junho de 2012

Razão, Desesjo e Vontade (da Razão)

SOBRE RAZÃO, DESEJO E VONTADE (alguns fragmentos-para leigos)

por Mary Anne Frazão, terça, 27 de Setembro de 2011 às 17:46 ·

Dentro da tradição filosófica existe uma corrente que podemos classificar  de “racionalismo ético”. Na qual a razão humana é o centro da vida ética. Dentro do racionalismo ético, podemos ainda, encontrar duas corrente que formam e constituem a tradição racionalista: a corrente racionalista ( na qual a razão está identificada com a inteligência , ou com o intelecto, como queiram chama; a outra chamaremos corrente voluntarista, na qual a razão não se identifica com o intelecto, mas com a vontade. Então, existe a corrente racionalista na qual o intelecto comanda nossas ações e corrente voluntarista, na qual somos “comandados” pelos desejos.

Segundo a concepção intelectualista só fazemos o mal por ignorância. A falta de conhecimento do que seja bem ou mal, nos conduzem a prática dos mesmos e, consequentemente, agimos contrários às convenções sociais, morais e éticas da sociedade / cultura na qual  estamos inseridos.

Segundo a concepção voluntarista, o agir ético/ vida ética ou moral depende necessariamente da vontade. É a vontade que direciona o nosso agir e ela pode querer ou não querer o que a inteligência/intelecto ordena. Se a vontade for boa, seremos virtuosos, se for má, seremos seres “desviantes”  (usando Focault). A vida ética depende de nossa vontade e da qualidade desta, aliada à disciplina para força-la rumo ao bem. Entendo que cada sociedade estabelece culturalmente o que é o bem, o que é moral e o que é ético.

Somos seres cheios de apetites, impulsos e desejos cegos, desenfreados e desmedidos, o somos por natureza. Cabe à razão ( seja na corrente intelectualista ou voluntarista) estabelecer limites e controles para as paixões e desejos desenfreados.
A ética apresenta-se como ação da inteligência para colocar limites em todos os nossos desejos e vontades que não se conformam com os códigos sociais vigentes na nossa cultura. Ela impede que sejamos egoístas, mentirosos, hipócritas, invejosos, desejosos do que é alheio, assassinos, impede algumas de nossas paixões que impedem relações decentes e dignas com nossos semelhantes.

O racionalismo ético define a tarefa da educação moral e da conduta tida como “reta”. Ela age sobre a razão para que sejamos capazes de dominar as paixões, tais quais as: inveja, amor, ódio, ambição, orgulho, medo. Posto que uma paixão nos coloca diante de coisas e pessoas que desejamos possuir ou destruir.

Amanhã continuo e posto sobre: Paixões e Desejos (segundo a ética)

Um comentário: